Quando eu olho para o mundo ao meu redor e vejo os conflitos sociais, que em sua grande maioria acabam em guerras, sejam bélicas ou sociais, que em sua maioria poderiam ser resolvidos com o diálogo, chego a algumas conclusões:
Primeiro, a guerra sempre interessará a alguém. Alguém lucra e lucrará com os conflitos intolerantes. Esse lucro pode vir em dinheiro, prestígio por parte da sociedade, poder político ou até religioso.
Segundo, o radicalismo sempre moveu o mundo. Pessoas radicais fidelizam mais seus seguidores que as que dialogam. Os radicais são vistos como defensores de causas nobres (muitas vezes nem tão nobres assim). O ser humano tem uma inclinação natural a líderes radicais. Daí a facilidade do povo em aceitar João Batista como o Cristo e não Jesus. O perfil de temperamento mais radical, dado ao confronto, de João era tudo que o povo queria para terminar com a opressão de Roma.
Dialogar é para os nobres. Sentar-se à mesa com quem pensa diferente de mim é civilidade. Quando os nobres se calam e os civilizados assistem a tudo calado, a frase que nos regerá será sempre: Não há paz sem guerra! Muito mais importante do que achar os mocinhos e os bandidos de uma guerra, seja ela qual for, é encontrar os verdadeiros interesses que há por de trás de todos os conflitos de intolerância e radicalidade, para se descobrir, que somos mais manipuláveis do que pensamos.
Terceiro, os radicais ou intolerantes de um lado, precisam da intolerância e do radicalismo do outro para subsistirem. Por exemplo, do que se alimenta o fundamentalismo islâmico, se não do histórico fundamentalismo imperial dos norte americanos e seus aliados. Entenda, os políticos intolerantes e radicais de um lado, são os que elegem os políticos intolerantes e radicais do outro lado, ou seja, na verdade um precisa do outro para subsistir.
Quarto, um cenário de intolerância sempre será um solo fértil para o surgimento de salvadores da pátria (mesmo a pátria gospel). Mas esses salvadores, sejam quais forem, e de onde forem, são os que na verdade manipulam as massas no excitamento do clima de terrorismo. Pra que? Para continuarem sendo os salvadores.

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