É impressionante a capacidade
que o Estado tem de usar boas ideias para de alguma forma ver prevalecer seus
interesses. Uma prova real disso é a "lei seca" no Rio de Janeiro.
Sem dúvida, os que concordam ou não com a lei, hão de concordar, que ela trouxe
um alívio ao Estado, diante de tantas mortes, invalidez e marcas profundas no
corpo e na alma, que o uso da combinação bebida alcoólica e direção produziram
e ainda produzem nesse país.
Ao ser abordado por um agente do Estado em uma operação da lei seca, o cidadão
que não fez o uso do álcool e imprudentemente pegou no volante, deveria se
sentir aliviado ou pelo menos orgulhoso, pelos parabéns que receberá do agente
do Estado. Afinal para que a lei foi concebida? Para punir os que bebem e vão
dirigir logo após, e com isso desincentivar outros a fazerem tal
combinação.
Mas, logo após, esse mesmo cidadão terá uma surpresa ao descobrir, que toda
aquela estrutura não foi montada por que o Estado está preocupado com sua vida,
mas sim com o seu próprio cofre. Sim cofre. O que movimenta o projeto "lei
seca" no Rio de Janeiro, é a ganância do Estado em pegar veículos com seu
IPVA atrasado, e consequentemente apreende-los, para que o seu condutor, mesmo
não sido pego embriagado, possa se virar para pagar.
Bem, é direito do Estado receber o pagamento desse imposto e do cidadão em
Pagá-lo. Questiono é a mudança de propósito do uso da estrutura, que foi
concebida, para produzir conscientização no trânsito de algo tão grave - álcool
e volante não combinam.
Mas, o uso ou não da bebida se tornou apenas uma desculpa. Eles querem é
dinheiro, e que dinheiro! O Estado ganha de uma só vez o pagamento do
IPVA, mais 70 Reais por cada dia que o carro ocupar o depósito para onde será
levado e a garantia do pagamento de todas as multas do carro de uma só vez.
Talvez eu esteja sendo simplista demais em querer que o Estado se preocupe de
verdade com os seu cidadãos, mas é lamentável como que o Estado exige tanto do
cidadão, e lhe devolve tão pouco.
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