quinta-feira, 19 de março de 2015

A lei nos protege no direito a expressão, não no direito a ofensa.

Muitos confundem liberdade de expressão com liberdade pra ofender e difamar. 

É normal, lados opostos num debate de idéias, radicalizarem o discurso em nome da defesa do um pensamento, que naquele momento é para quem debate a verdade (quando se há  sinceridade nos argumentos).

Mas o que não podemos, principalmente como cristãos, é em nome de uma liberdade de expressão, partimos para ofensas pessoais ou até mesmo ideológicas. 

Como durante muitos anos vivemos sobre o regime ditatorial dos militares, onde falar o que se pensava era crime e não poucas vezes de morte, fez com que essa geração, pós ditadura, não saiba conviver com a liberdade de expressão sem as famigeradas ofensas ou ataques pessoais.

Por exemplo, eu não concordo com boa parte da bandeira da causa gay (outras são mais do que justas), mas isso não me dá o direito, em nome da liberdade de me expressar, de usar palavras ofensivas a quem seja gay ou defenda a causa.

Me preocupei quando postei a cena do beijo das atrizes Nathalia Timbier e Fernanda Montenegro, e não poucos fizeram ataques ofensivos e pessoais as atrizes. Sou contra a cena, acho feia, ofensiva para muitos, mas o respeito às atrizes ou a pessoas que se expressarem dessa forma perto de nós, deve ser preservado. 



Quando postei: "pastor é ladrão e fulano é viado", não foi celebrando a ofensa mútua, mas mostrando, que ambos os lados se ofendem e são ofendidos, e ninguém tem que se fazer de vítima nessa história. 

Precisamos é equilibrar o tom, tratar quem pensa diferente com respeito. 
O cidadão homossexual tem que ter assegurado os mesmos direitos do cidadão heterossexual. 

O Estado não pode estar a serviço das nossas bandeiras ideológicas, por mais convictos que sejamos de sua importância e por causa disso lutemos por ela (isso é democrático), mas nunca se tornar cego diante da realidade que o Estado pertence a negros e brancos, homens e mulheres, héteros e gays, religiosos e ateus, pobres e ricos, patrões e empregados, igrejas e sindicatos...

Jamais conseguiremos unir todos em torno de um mesmo pensamento, mas dá pra estabelecer a defesa do que penso com firmeza, até com uma pitada de ironia, com gritos (para os mais sanguíneos), mas sempre com o pensamento de que não preciso ser ofensivo para defender o que penso.

A lei nos protege no direito a expressão, não no direito a ofensa. 
E viva a liberdade de expressão.

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